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terça-feira, 8 de novembro de 2011

LUGARES BÍBLICOS - MONTE SINAI

Na península do Sinai, no Egito, está o monte de mesmo nome, no alto do qual Moisés teria cunhado as tábuas dos Dez Mandamentos segundo a orientação de Deus. O Monte Sinai é um imenso bloco maciço de granito com cerca de 2,3 mil metros, frequentado por turistas, peregrinos e muito importante para três culturas: cristã, muçulmana e judia.

Não há qualquer evidência arqueológica direta de que tenha sido exatamente naquela montanha que Moisés tenha recebido as Tábuas da Lei, mas a tradição é tão antiga, que vários locais de culto foram erigidos no próprio monte e arredores. Igrejas diferentes alegam que seus templos foram erguidos no lugar em que Moisés teria visto a sarça ardente, o que também nunca pôde ser comprovado. Estudiosos acreditam que a verdadeira montanha em questão não é a que recebe o nome oficial de Sinai hoje, mas seria outra elevação na mesma península. Outros defendem que o verdadeiro monte da passagem bíblica ficaria na atual Arábia Saudita.

Há uma escada esculpida diretamente no granito do pico, com 4 mil degraus, a Sikket Saydna Musa (“Caminho de Moisés”, em árabe), que leva 3 horas para ser percorrida monte acima. 750 degraus abaixo do cume está uma plataforma onde Aarão e os 70 Sábios hebreus teriam esperado Moisés enquanto este recebia as tábuas de Deus. À mesma altura está a caverna chamada Retiro de Elias, onde o profeta que lhe dá nome teria passado 40 dias e noites de comunhão com Deus.

Aos pés do monte fica a planície de el-Raha, onde os israelitas teriam acampado à espera de Moisés e esculpido o famoso bezerro de ouro que idolatravam. Ao descer do monte, um Moisés encolerizado destruiu as tábuas dos mandamentos e o ídolo, depois refazendo as pranchas com as leis, que mais tarde iriam para a Arca da Aliança, cujo paradeiro hoje é desconhecido. No local também teria sido erguido pela primeira vez o Tabernáculo. Nas proximidades acredita-se estar o túmulo de Aarão.

O Monte Sinai fica nos limites da cidade de Santa Catarina, perto do monte de mesmo nome. Na região da península são encontrados com muita facilidade os beduínos (foto ao lado), povo nômade do deserto que conserva os mesmos hábitos há milênios, por vezes incorporando um ou outro avanço da tecnologia, mas em sua maioria bastante rústicos.

Há uma tradicional subida ao cume para ver o nascer do sol. Começa sempre às 2 horas da manhã. Mas há quem pernoite no topo do monte para evitar a subida de madrugada, mesmo sob intenso frio e vento extremamente forte.

Zona de conflitos
A Península do Sinai tem forma de triângulo invertido, situada no continente asiático. Faz fronteira ao norte com o Mar Mediterrâneo, a oeste com o Canal de Suez, a leste com Israel, a sul com o Mar Vermelho e a noroeste com a Faixa de Gaza, podendo-se notar, a partir dessa informação, sua posição estratégica no conturbado Oriente Médio.

A região já foi palco de várias guerras, como a dos Seis Dias, em 1967, em que Israel conquistou o Sinai do Egito, a Cisjordânia da Jordânia e as Colinas do Golã da Síria.

Em 1979, Israel e Egito assinaram um acordo de paz mediado pelos Estados Unidos, o Tratado de Camp David, no qual Israel devolveu o Sinai ao Egito, que está no controle da região até os dias de hoje. Em troca, Israel exigiu que a região fosse desmilitarizada.

Turismo
Nos últimos 30 anos, o Sinai tornou-se um importante destino turístico por causa de sua história bíblica e da paisagem natural, além de luxuosos resorts nas praias de Sharm el-Sheik, Dahab, Nuweiba e Tabá.

A forma mais fácil de chegar até lá é atravessando o deserto do Sinai por via terrestre, a partir da cidade israelense de Eilat, chegando à cidade egipcia de Tabá e, de lá, ir em direção à península. É possível encontrar, desde o Brasil, pacotes de viagem para Israel que incluam o Sinai.

Atualmente
O Cairo, capital do Egito, encontra-se em estado de caos devido às manifestações populares pela saída do presidente Hosni Mubarak (foto), ditador há 30 anos no poder. Os manifestantes egípcios querem a instauração de um regime verdadeiramente democrático e melhores condições de vida para a população, já que 40% dela vive com menos de 2 dólares por dia. Há notícias, não confirmadas em sua exatidão até o fechamento desta matéria, sobre centenas de egípcios mortos pelas forças repressoras de Mubarak.

O governo israelense autorizou, pela primeira vez desde o Tratado de Camp David, a entrada de 800 soldados do Egito na área desmilitarizada do Sinai, quebrando o acordo bilateralmente de forma temporária. Israel teme que, com a saída de Mubarak, o grupo fundamentalista Irmandade Muçulmana assuma o poder. A Irmandade Muçulmana é sunita (uma ramificação do islamismo), e acredita que os países árabes devem ser governados seguindo preceitos da fé islâmica. Os Estados Unidos também temem o domínio da Irmandade, como Israel.

O Sinai é a única montanha da terra onde Deus pisou e decididamente mudou o destino de Seu povo.

Fonte: Arca Universal /Adora Paraguaçu

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