"Ilarilarilariê (ô, ô, ô). É a turma da Xuxa que vai dando o seu alô." A música - que se tornou o hino de algumas gerações - está na ponta da língua de boa parte dos brasileiros. Pois bem! Após 26 anos do lançamento do hit que explodiu no Brasil e ganhou o mundo, Ilariê, o autor da letra, Cid Guerreiro, se diz um homem mudado.
Longe dos palcos e há mais de oito anos ao lado de evangélicos na Igreja da Paz, o compositor contou que finalmente chegou ao momento de "ter intimidade com Deus". Pai de dois filhos adultos e casado há 21 anos, ele descreve sua nova caminhada, defende o deputado Marco Feliciano e diz que casamento gay é algo que não está na Bíblia.
E quem pensa que a criatividade focada nas crianças se esgotou está enganado. Cid lançou o novo CD gospel "Guerreiros de Deus", no dia 10/08, e quer fazer um projeto que atenda ao público infantil, o Guerreirinhos de Deus.
Confira abaixo a entrevista:
Como está a vida hoje? Faz oito anos e meio que me converti. Sou evangélico da Igreja da Paz e moro em Fortaleza (CE). Na igreja, cada um cuida de uma pessoa e eu estou como supervisor de setor: tenho minhas células - cuido dessas pessoas, desses discípulos.
E como funciona? Tenho dado a Palavra nas igrejas, fazendo shows evangélicos no Brasil e fora dele, como nos Estados Unidos.
26 anos depois de Ilariê, como você observa o estrondoso sucesso? Ilariê foi uma música que trouxe muita sorte para mim, Xuxa e bastante gente. Quando eu fiz, nunca imaginava que iria alcançar o sucesso. Invadiu o Brasil inteiro. Uma vez me falaram que ela foi gravada em 42 dialetos e idiomas, mas não tenho certeza. Já vi em japonês, tailandês, russo, alemão, espanhol, inglês e dialetos africanos. Virou um hit, assim comoTindolelê também - uma puxou a outra.
Como avalia a pegada que Ilariê deixou na cultura infantil brasileira? As canções viraram uma marca. Ela não é uma música que só toca no Carnaval. Todas as casas de festas tocam - ou em pot-pourri ou separadamente - são musicas que trazem a alegria.
Como é se deparar com os adultos de hoje que um dia foram conquistados por você no passado? No primeiro ano do sucesso da música, sabia que ia durar e não seria passageira. Ela tinha uma pegada diferente: do velho a criança, todos cantavam e trazia uma mensagem legal. As duas. Fazer as músicas é falar de coisa bonita, do amor, da relação das pessoas. Fazer festa a hora toda.
Você ainda convive com Xuxa?Hoje em dia é outra caminhada, vivo mais pregando em igreja e há uns dois ou três anos não falo com ela, mas por faltar oportunidade. É uma pessoa que amo muito, me ajudou muito, tenho carinho muito especial com a família.
E o contato com a Sasha durante o tempo que você ainda convivia? Vi a Sasha nascer, vi de pequenininha. Inclusive eu fiz a música Eu Tô Feliz no ano que a Xuxa engravidou (1997) e ela me pediu que a letra citasse o nome Sasha, no tempo que a canção tava passando. Muita gente mandou música com Sasha na letra e resolvi fazer algo diferente e falar do momento de felicidade da, na época, futura mamãe.
Voltando para Ilariê, qual foi a inspiração para a música? Em todas as composições nunca me preocupo em preparar um hit porque acho que eu sento e deixo que a música venha. Hoje, componho letras evangélicas e vejo Jesus como parceiro. As canções anteriores vieram de inspirações diferenciadas, uma espécie de dom pela simplicidade com que elas saíram. O difícil é fazer o fácil.
Ilariê ainda garante dinheiro? Recebo das minhas produções. Não é nem um terço do que deveria receber no Brasil. É preciso mais seriedade com os compositores e as gravadoras não têm isso. Todas as bandas tocam, todos os bares tocam, todo mundo toca e não recebo por isso. Estava recebendo certinho na Argentina, só que nem dá para comparar com o Brasil. Lá não toca em todas as bandas e casas. Não são todas as bandas que tocam.
De lá para cá, é comum ouvir que a música possui ligação com o demônio, espécie de pacto. O que você acha disso? A música teve a polêmica. Isso foi uma invenção e não gostava do Evangelho no início por isso. Depois que me converti, dei meus testemunhos e expliquei para as pessoas – até porque a palavra vem de hilário e que rima com outra música, Tindolelê. Na época que me coverti as pessoas falavam que era do demônio. Explico até hoje que tem uma simples inocência na palavra.
O que é ligado ao demônio para você hoje em dia? Vivo outra vida, um velho morreu para que fosse resgatada uma nova criatura. Busco enxergar as coisas boas em todo mundo, é preciso olhar o lado positivo das pessoas. O mundo costuma mostrar coisas ruins e a gente tem que aprender que para levar uma vida de paz você precisa buscar a paz. Foi isso que Jesus me ensinou.
Você se considera um homem de fé? O que seria a espiritualidade para você? Eu não vivo uma religião, porque elas não salvam ninguém. Tem gente que acredita em tantas crenças. Eu vivo o amor de Jesus, acompanho discípulos e ensino o que aprendo: amar uns aos outros, como a gente foi amado. Não fico julgando quem pratica candomblé ou espiritismo, por exemplo. Até porque eu já os pratiquei. Nós vivemos como igreja. Para amar as pessoas não é preciso ficar convencendo ninguém que Deus é todo poderoso. Eu vivo isso e Ele é um único Deus que nos salva. Muitas pessoas que pregam a Bíblia criam várias coisas e ela só cita o amor de Deus.
Como foi a conversão para a religião evangélica? Ou você vem pelo amor ou vem pela dor. Mas o encontrei pela primeira opção. Um amigo meu, o bispo Ivo [Dias], era da banda Laranja Mecânica, me levou para assistir a um culto na casa de Xanddy e Carla Perez. Não sabia o que era nada disso. Fui convidado para ouvir uma palavra que foi simples: você conhece Deus, mas não tem intimidade com ele. E isso tocou meu coração. Vi que era a minha vez de ter intimidade com Ele. Nos quatro anos da minha conversão fiquei sentado no banco sem subir no altar porque eles não permitiam. Isso tudo aconteceu para que eu soubesse a diferença de altar e palco. Não ir para o altar para ser artista. Hoje em dia não quero ser conhecido como Cid, mas como alguém que quer repassar esse amor. Se eu chego nos lugares querendo aparecer, tiro o que é de Deus. Não tenho uma referência de fama, sucesso e dinheiro como antigamente. Hoje, minha busca é ganhar almas.
É comum ver evangélicos na política. Como você avalia essa representação? Acho super válido porque a gente tem que ter um posicionamento. Tem muita coisa errada acontecendo no país. Não que sejamos os únicos certos, mas o evangelho tem a visão de ajudar e lutar pelas pessoas. Não queremos usar o povo e, sim, ajudar. Todos tem que ter representatividade perante o senado e a luta pelo Evangelho é sensacional.
Marco Feliciano e suas atitudes o representam? Quando vejo o Marco levantando uma bandeira, as pessoas deturpam o que ele está falando. Ele está falando nada além do que está na Bíblia, ou seja, não está defendendo nem atacando ninguém. O que Deus escreve é para toda a criatura, mas não significa que Marco me representa na política. A representatividade do povo evangélico na política é interessante.
É comum ver pessoas nas ruas contra ele e defendendo os direitos dos homossexuais. Você é a favor do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo? Isso está bem claro na Bíblia: Deus fez homem e a mulher. Então, é um ensinamento da Bíblia. Ele fez o homem para ser a cabeça da casa; e a mulher, a auxiliadora, ou seja, a mulher é o pescoço da casa. Deus fez a mulher, tirou a costela para ela andar lado a lado com ele...
Mas você é favorável? Eu parto do que está escrito na Bíblia. Eu sou a favor da pessoa e não do pecado. Porque a Bíblia diz para amar uns ao outros sem discriminar ninguém. Não deixar de amar ninguém. É para amar a todos em qualquer linguagem. Sejam os que são cristãos, os macumbeiros, os espíritas e os homossexuais. Amar a todos. O pecado é outra coisa. Às vezes, a gente erra sem saber o que está errando. Não reconhecer o pecado e estar pecando. Antigamente eu dizia que ia parar de beber. Eu parei porque eu perdi a vontade. Não foi com o “você tem que”. Deus nunca disse o que tem que fazer, as coisas acontecem por amor. E as coisas impostas não são legais.
Você está se dedicando a um novo projeto para crianças? Vou montar o projeto Guerreirinhos de Deus. Em cada uma das 12 canções terá a história de Davi, Noé, a criação do mundo, entre outros temas. Com coreografia, com cenários temáticos para criança mesmo. Foi uma ideia que tocou muito forte meu coração.
A família o ajuda no trabalho? Sou casado há 21 anos com a mesma mulher, Andrea, que também compõe. Tenho uma filha de 21 anos, chamada Andressa, que faz Jornalismo, e um filho chamado Kim, 19 anos, que vai estudar business nos Estados Unidos – ele me ajudou a produzir o CD e vai participar de todo o projeto, que é de toda a família.
Fonte: QUEM Online
Como está a vida hoje? Faz oito anos e meio que me converti. Sou evangélico da Igreja da Paz e moro em Fortaleza (CE). Na igreja, cada um cuida de uma pessoa e eu estou como supervisor de setor: tenho minhas células - cuido dessas pessoas, desses discípulos.
E como funciona? Tenho dado a Palavra nas igrejas, fazendo shows evangélicos no Brasil e fora dele, como nos Estados Unidos.
26 anos depois de Ilariê, como você observa o estrondoso sucesso? Ilariê foi uma música que trouxe muita sorte para mim, Xuxa e bastante gente. Quando eu fiz, nunca imaginava que iria alcançar o sucesso. Invadiu o Brasil inteiro. Uma vez me falaram que ela foi gravada em 42 dialetos e idiomas, mas não tenho certeza. Já vi em japonês, tailandês, russo, alemão, espanhol, inglês e dialetos africanos. Virou um hit, assim comoTindolelê também - uma puxou a outra.
Como avalia a pegada que Ilariê deixou na cultura infantil brasileira? As canções viraram uma marca. Ela não é uma música que só toca no Carnaval. Todas as casas de festas tocam - ou em pot-pourri ou separadamente - são musicas que trazem a alegria.
Como é se deparar com os adultos de hoje que um dia foram conquistados por você no passado? No primeiro ano do sucesso da música, sabia que ia durar e não seria passageira. Ela tinha uma pegada diferente: do velho a criança, todos cantavam e trazia uma mensagem legal. As duas. Fazer as músicas é falar de coisa bonita, do amor, da relação das pessoas. Fazer festa a hora toda.
Você ainda convive com Xuxa?Hoje em dia é outra caminhada, vivo mais pregando em igreja e há uns dois ou três anos não falo com ela, mas por faltar oportunidade. É uma pessoa que amo muito, me ajudou muito, tenho carinho muito especial com a família.
E o contato com a Sasha durante o tempo que você ainda convivia? Vi a Sasha nascer, vi de pequenininha. Inclusive eu fiz a música Eu Tô Feliz no ano que a Xuxa engravidou (1997) e ela me pediu que a letra citasse o nome Sasha, no tempo que a canção tava passando. Muita gente mandou música com Sasha na letra e resolvi fazer algo diferente e falar do momento de felicidade da, na época, futura mamãe.
Voltando para Ilariê, qual foi a inspiração para a música? Em todas as composições nunca me preocupo em preparar um hit porque acho que eu sento e deixo que a música venha. Hoje, componho letras evangélicas e vejo Jesus como parceiro. As canções anteriores vieram de inspirações diferenciadas, uma espécie de dom pela simplicidade com que elas saíram. O difícil é fazer o fácil.
Ilariê ainda garante dinheiro? Recebo das minhas produções. Não é nem um terço do que deveria receber no Brasil. É preciso mais seriedade com os compositores e as gravadoras não têm isso. Todas as bandas tocam, todos os bares tocam, todo mundo toca e não recebo por isso. Estava recebendo certinho na Argentina, só que nem dá para comparar com o Brasil. Lá não toca em todas as bandas e casas. Não são todas as bandas que tocam.
De lá para cá, é comum ouvir que a música possui ligação com o demônio, espécie de pacto. O que você acha disso? A música teve a polêmica. Isso foi uma invenção e não gostava do Evangelho no início por isso. Depois que me converti, dei meus testemunhos e expliquei para as pessoas – até porque a palavra vem de hilário e que rima com outra música, Tindolelê. Na época que me coverti as pessoas falavam que era do demônio. Explico até hoje que tem uma simples inocência na palavra.
O que é ligado ao demônio para você hoje em dia? Vivo outra vida, um velho morreu para que fosse resgatada uma nova criatura. Busco enxergar as coisas boas em todo mundo, é preciso olhar o lado positivo das pessoas. O mundo costuma mostrar coisas ruins e a gente tem que aprender que para levar uma vida de paz você precisa buscar a paz. Foi isso que Jesus me ensinou.
Você se considera um homem de fé? O que seria a espiritualidade para você? Eu não vivo uma religião, porque elas não salvam ninguém. Tem gente que acredita em tantas crenças. Eu vivo o amor de Jesus, acompanho discípulos e ensino o que aprendo: amar uns aos outros, como a gente foi amado. Não fico julgando quem pratica candomblé ou espiritismo, por exemplo. Até porque eu já os pratiquei. Nós vivemos como igreja. Para amar as pessoas não é preciso ficar convencendo ninguém que Deus é todo poderoso. Eu vivo isso e Ele é um único Deus que nos salva. Muitas pessoas que pregam a Bíblia criam várias coisas e ela só cita o amor de Deus.
Como foi a conversão para a religião evangélica? Ou você vem pelo amor ou vem pela dor. Mas o encontrei pela primeira opção. Um amigo meu, o bispo Ivo [Dias], era da banda Laranja Mecânica, me levou para assistir a um culto na casa de Xanddy e Carla Perez. Não sabia o que era nada disso. Fui convidado para ouvir uma palavra que foi simples: você conhece Deus, mas não tem intimidade com ele. E isso tocou meu coração. Vi que era a minha vez de ter intimidade com Ele. Nos quatro anos da minha conversão fiquei sentado no banco sem subir no altar porque eles não permitiam. Isso tudo aconteceu para que eu soubesse a diferença de altar e palco. Não ir para o altar para ser artista. Hoje em dia não quero ser conhecido como Cid, mas como alguém que quer repassar esse amor. Se eu chego nos lugares querendo aparecer, tiro o que é de Deus. Não tenho uma referência de fama, sucesso e dinheiro como antigamente. Hoje, minha busca é ganhar almas.
É comum ver evangélicos na política. Como você avalia essa representação? Acho super válido porque a gente tem que ter um posicionamento. Tem muita coisa errada acontecendo no país. Não que sejamos os únicos certos, mas o evangelho tem a visão de ajudar e lutar pelas pessoas. Não queremos usar o povo e, sim, ajudar. Todos tem que ter representatividade perante o senado e a luta pelo Evangelho é sensacional.
Marco Feliciano e suas atitudes o representam? Quando vejo o Marco levantando uma bandeira, as pessoas deturpam o que ele está falando. Ele está falando nada além do que está na Bíblia, ou seja, não está defendendo nem atacando ninguém. O que Deus escreve é para toda a criatura, mas não significa que Marco me representa na política. A representatividade do povo evangélico na política é interessante.
É comum ver pessoas nas ruas contra ele e defendendo os direitos dos homossexuais. Você é a favor do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo? Isso está bem claro na Bíblia: Deus fez homem e a mulher. Então, é um ensinamento da Bíblia. Ele fez o homem para ser a cabeça da casa; e a mulher, a auxiliadora, ou seja, a mulher é o pescoço da casa. Deus fez a mulher, tirou a costela para ela andar lado a lado com ele...
Mas você é favorável? Eu parto do que está escrito na Bíblia. Eu sou a favor da pessoa e não do pecado. Porque a Bíblia diz para amar uns ao outros sem discriminar ninguém. Não deixar de amar ninguém. É para amar a todos em qualquer linguagem. Sejam os que são cristãos, os macumbeiros, os espíritas e os homossexuais. Amar a todos. O pecado é outra coisa. Às vezes, a gente erra sem saber o que está errando. Não reconhecer o pecado e estar pecando. Antigamente eu dizia que ia parar de beber. Eu parei porque eu perdi a vontade. Não foi com o “você tem que”. Deus nunca disse o que tem que fazer, as coisas acontecem por amor. E as coisas impostas não são legais.
Você está se dedicando a um novo projeto para crianças? Vou montar o projeto Guerreirinhos de Deus. Em cada uma das 12 canções terá a história de Davi, Noé, a criação do mundo, entre outros temas. Com coreografia, com cenários temáticos para criança mesmo. Foi uma ideia que tocou muito forte meu coração.
A família o ajuda no trabalho? Sou casado há 21 anos com a mesma mulher, Andrea, que também compõe. Tenho uma filha de 21 anos, chamada Andressa, que faz Jornalismo, e um filho chamado Kim, 19 anos, que vai estudar business nos Estados Unidos – ele me ajudou a produzir o CD e vai participar de todo o projeto, que é de toda a família.
Fonte: QUEM Online
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