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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Bibliografia - Noé

A vida de Noé é um exemplo para os cristãos da nossa geração que, tal como ele, têm o desafio de servir a Deus em meio a dias de extrema corrupção e violência.

Noé é um exemplo a ser seguido, por indicação até de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que, ao nos falar sobre os últimos dias desta dispensação, afirmou que viveríamos em dias como os “dias de Noé” (Mt.24:37; Lc.17:26) e, assim, como Noé achou graça aos olhos de Deus (Gn.6:8), nós também devemos causar em Deus a mesma reação, a fim de sermos poupados do novo juízo que há de vir sobre a face da Terra.

Noé, cujo nome em hebraico significa “descanso”, “alívio”, “repouso” e “consolo”, surge, pela vez primeira, nas Escrituras Sagradas, em Gn.5:29, quando é noticiado o seu nascimento e explicado o porquê deste nome, que lhe foi dado por seu pai Lameque. Como bem sabemos, o nome, na Antigüidade, era dado em virtude de algum episódio ou de alguma circunstância que envolvia o nascimento da criança. O fato de Lameque ter dado o nome a seu filho de “Noé”, porque ele “ os consolaria acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou”, mostra-nos que, quando do nascimento de Noé, havia uma convicção de que a terra se encontrava amaldiçoada e que, através de Noé, haveria de ser dado um “alívio” a este estado de coisas.

Noé era o décimo descendente em linha reta de Adão, na linhagem de Sete, conforme nos mostra o capítulo 5 do livro de Gênesis. Deus havia levantado Enoque, bisavô de Noé, como um profeta (Jd.14), o primeiro que se tem notícia, que, por sua intimidade com Deus, havia apresentado à humanidade daquele tempo a mensagem do Senhor. Apesar da omissão da Bíblia a respeito das profecias de Enoque, com exceção da mencionada em Jd.14, podemos inferir que, dentre elas, estava, sem dúvida, o desagrado de Deus com o aumento do pecado entre os homens e a possibilidade de punição em virtude deste mau comportamento. O fato de Lameque, neto de Enoque, referir-se ao fato de que a terra fora amaldiçoada por Deus (o que é confirmado em Gn.6:2,3,6,7), dá-nos a entender que havia esta notícia nos seus dias, notícia esta que, quase certamente, havia sido dada por Enoque aos homens.

Além desta referência de Lameque, temos, também, uma outra circunstância a nos permitir inferir que havia notícia de que Deus haveria de castigar a terra por causa do seu pecado, a saber, o nome do filho primogênito de Enoque, a saber, “Metuselá” (em hebraico, “Metushélah”) ou “Matusalém”, ou, ainda, “Mathusala” ou “Mathusale”, cujo significado é o “homem do dardo” ou o “homem de Deus”., ou, ainda, “aquele que maneja a lança”. Este nome mostra que Enoque, ao ter este filho, apontou para ele como sendo o homem cuja vida orientaria o uso do “dardo”, ou seja, da justiça, o homem que indicaria o juízo divino sobre a Terra. Efetivamente, Matusalém, o homem que mais tempo viveu sobre a face da Terra (969 anos – Gn.5:27), morreu precisamente no ano do dilúvio.

Noé nasceu, então, como esperança para um novo tempo para a humanidade que, nos seus dias, vivia uma situação de grande calamidade. Depois de um distanciamento inicial, a descendência de Caim havia se misturado com a descendência de Sete (Gn.6:1,2). Os “filhos dos homens”, ou seja, os descendentes de Caim, voltados para as coisas desta vida e envolvidos totalmente com o pecado e a maldade, sem uma dimensão espiritual (cf. Gn.4:16-24), aparentaram-se com os descendentes de Sete, que era, até então, uma linhagem piedosa, que invocava o nome do Senhor (Gn.4:26).

O resultado desta mistura entre ambas as linhagens foi a corrupção geral do gênero humano. A motivação para a união não tinha sido o propósito de invocação a Deus, o que teria sido uma bênção para a humanidade, mas, bem ao contrário, a satisfação carnal, o prazer sexual e tudo quanto gira em volta disto, como bem descreveu o apóstolo Paulo no capítulo 1 de sua epístola aos romanos. Tem-se até como elucidativo que Metusalá tenha dado ao seu filho o nome de “Lameque” (em hebraico, “Lemeh”), que era o nome de um dos principais descendentes de Caim, conhecido por sua “valentia”.

Noé surge, então, no caótico cenário da humanidade, como uma esperança, uma promessa de dias melhores e, dentro desta perspectiva, foi criado por seus pais, ademonstrar, uma vez mais, como temos visto ao longo deste trimestre, que a educação familiar é fundamental, indispensável para a construção de um caráter piedoso no ser humano (Pv.22:6).

A Bíblia nos trará nova informação sobre Noé em Gn.6:8, quando afirma que Noé havia achado graça aos olhos do Senhor, apesar de todo o desgosto que a humanidade havia causado em Deus por causa de seu mau comportamento. “Achar graça aos olhos do Senhor”, ou, como diz a Nova Versão Internacional, “o Senhor mostrou benevolência a Noé”. Mas, por que Noé suscitou em Deus este comportamento? Noé era diferente dos demais homens do seu tempo. Eis a razão pela qual o Senhor mostrou benevolência a Noé ou por que Noé achou graça aos olhos do Senhor. Mas, como eram os homens dos dias de Noé?

A Bíblia dá-nos uma sucinta mas bem precisa descrição dos chamados “dias de Noé” e que nos permite ver o que fez com que Noé fosse digno da benevolência divina, dias que devem ser bem analisados por nós, servos do Senhor, já que o próprio Jesus disse que os dias imediatamente anteriores à Sua volta para buscar a Sua Igreja seriam semelhantes aos “dias de Noé”.

A primeira característica dos “dias de Noé” foi, como já dissemos, a mistura entre a descendência piedosa de Sete e a descendência pecaminosa de Caim (Gn.6:1,2). Não se trata aqui de defesa da segregação racial, nem tampouco de qualquer discriminação com base na origem das famílias, mas, sim, de uma demonstração clara de que não pode haver comunhão entre a luz e as trevas (II Co.6:14).

A descendência de Sete caracterizou-se pela invocação ao nome do Senhor, enquanto que a descendência de Caim pela prioridade às coisas desta vida, tanto que alcançaram um progresso tecnológico (Gn.4:17,20-22) que só encontrava comparação com a multiplicação do pecado (Gn.4:19,23). Este progresso tecnológico e vida pecaminosa contaminaram a descendência de Sete, de modo que toda a humanidade passou a sofrer da multiplicação da maldade, sendo a imaginação dos pensamentos do coração do homem só má continuamente (Gn.6:5).

Não são diferentes os nossos dias. Também vivemos um período de grande progresso tecnológico, dias de multiplicação intensa da ciência, em que, em períodos inferiores a cinco anos, todo o conhecimento do homem se duplica. Mas, ao mesmo tempo em que temos este grau acelerado de desenvolvimento, o pecado e a maldade crescem ainda mais intensamente. A imaginação dos pensamentos do coração do homem prossegue sendo só má continuamente e o que é já é espantoso e inacreditável consegue ser ainda pior.

A segunda característica dos “dias de Noé” era a prioridade às coisas desta vida, uma dimensão espiritual nula por parte da humanidade, que se esquecera completamente de Deus. Os homens dos “dias de Noé” eram movidos pela concupiscência, ou seja, pelo desejo incontrolado nascido em suas naturezas pecaminosas. Guiavam-se pelos seus desejos e paixões, que os escravizavam. Em Gn.6:2, é dito que “os filhos de Deus tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Jesus, ao descrever estes dias, disse que “os homens comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”(Mt.24:38), também realça esta característica.

“Nos dias de Noé”, não havia lugar nem tempo para Deus. Os homens buscavam tão somente satisfazer as suas necessidades e seus desejos incontrolados, eram atraídos pela sua própria concupiscência e, portanto, procuravam apenas viver em função da comida, da bebida e do prazer sexual. Não se importavam em invocar a Deus, em ter um relacionamento com o Senhor, viviam como se Deus não existisse. Este foi o grande mal daqueles dias e é uma característica marcante nos dias em que estamos a viver.

A terceira característica dos “dias de Noé” era o descaso com a família e a imoralidade sexual daí decorrente. “Tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”, “casavam e davam-se em casamento”. Os “dias de Noé” eram dias de total descaso para com a instituição familiar e para com o casamento, que era a forma instituída por Deus para a constituição de uma família. Como o que importava era a satisfação dos desejos incontrolados, da sua própria concupiscência, não havia o menor pudor entre os homens, que aviltaram a família e o matrimônio. Se casavam, não cumpriam com os deveres conjugais, desfazendo-se o casamento, que era o compromisso assumido de vida em comum até a morte, como se nada tivesse acontecido antes. Muitos nem sequer se casavam mais, “davam-se em casamento”, ou seja, como dizem hoje, “juntavam os trapos para ver como é que fica” e, assim, sem qualquer compromisso, apenas buscavam satisfazer a natureza pecaminosa, num ambiente de total imoralidade.

Aliás, é oportuno lembrar que a poligamia foi instituída por Lameque, não o pai de Noé, mas o sétimo depois de Adão pela linhagem de Caim, um verdadeiro contrário de Enoque, o bisavô de Noé. Enquanto Enoque andou com Deus e Deus para Si o tomou (Gn.5:24), Lameque instituiu a poligamia e o predomínio da força bruta sobre os homens, vangloriando-se de ter matado pessoas, sendo, pois, um homem temido e que se impôs pela sua maldade.

A quarta característica dos “dias de Noé” era a corrupção da terra diante da face de Deus (Gn.6:11a). A terra estava amaldiçoada por Deus, como dissera Lameque, o pai de Noé, ao dar nome ao seu filho. A maldade do coração do homem repercutiu não só diante de Deus, a ponto de o Senhor ter resolvido destruir a criação (Gn.6:5-7), como também causou danos irreparáveis à natureza, ao próprio planeta, na medida em que toda a terra se corrompeu. A maldade do homem não fica no seu coração, mas é externada em atitudes e ações que só trazem destruição e mal-estar em a natureza.

A Noé e seus descendentes coube a tarefa de povoar a região. Em certa altura, Noé embebedara-se com o vinho produzido de sua própria videira de tal modo que encontrou-se nu em sua tenda. Seu filho Cam o viu e faz saber aos que estavam fora. Seus irmãos sabendo entraram na tenda de costas para cobrirem Noé sem o ver nu. Quando recobrou a consciência, Noé amaldiçoou seu neto Canaã, filho de Cam, porém abençoando seus outros filhos, Sem e Jafé.

A história de Noé tem forte significado simbólico sobre boa parte da história de Israel, principalmente durante o período da conquista de Canaã narrada no livro de Josué. A maldição de Noé certamente foi usada pelos povos semitas (ou seja, descendentes de Sem, cujos hebreus fazem parte) como justificativa para a conquista da terra de Canaã (ocupada pelos cananeus, alegadamente descendentes de Canaã, neto amaldiçoado de Noé).

De acordo com o texto bíblico, Noé teria vivido 950 anos como homem. Tinha 500 anos quando gerou a Sem, Cam e Jafé. Com a idade de 600 anos, enfrentou o dilúvio e ainda viveu mais três séculos e meio, o que significa que poderia ter falecido nos dias de Abraão, já na décima geração de seus descendentes.

Vivemos os “dias de Noé”, onde a mensagem de santificação tem desaparecido dos púlpitos e das pregações. Muitos não querem ouvir falar em santidade, consideram algo “ultrapassado”, “antiquado” e preferem amontoar para si doutores conforme as suas próprias concupiscências (II Tm.4:3). Não nos iludamos, porém. Noé somente escapou do juízo divino porque era santo. “Mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (I Pe.1:15,16).

Fonte: Wikipédia/Ensino Dominical - Via: Variedades Gospel Veras


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