Por isso, o grupo optou selecionar duas canções não tão debochadas. Elas captam mais o espírito do que era considerado evangelístico na década de 1990. Originais do álbum Curtindo o Maior Barato (1999), Jesus É Demais e Beleléu são românticas na construção de seus versos, mas os riffs intrincados ainda exprimem a energia de uma banda animada em trabalhar novamente depois de tantos anos.
E, mesmo diante do tom de nostalgia, a comparação entre as regravações e as inéditas chega a ser quase desonesta e o registro acaba sendo não tão coeso o quanto deveria. As duas novas canções superam largamente as antigas em todos os aspectos. Os versos são mais maduros e os anos permitiram uma maior serenidade nas composições. Dias Felizes é o cartão-postal deste retorno esperançoso, com certa influência hardcore.
Mas a canção mais valiosa do álbum é justamente a faixa-título, O Emergente. De vibe mais ácida e mordaz, abraça a essência questionadora do rock. Com a música, uma crítica das contradições de certas figuras evangélicas, especialmente Ana Paula Valadão, a banda mantém seu lado inconsequente unido à maturidade da meia-idade. Porém, diferentemente de Valadão, que perdeu a qualidade e a direção artística de seu repertório com o passar dos anos, Os Nazaritos estão como vinho: ainda melhores.
Faixas:
01. O Emergente
02. Jesus É Demais
03. Beleléu
04. Dias Felizes
Fonte:Super Gospel
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