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domingo, 6 de março de 2016

Estudos Bíblicos - O Que Era o Espinho Na Carne De Paulo?

"E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2 Coríntios 12:7-9).

Paulo revela que teve revelações especiais do Senhor de uma forma sobrenatural. Porém, é bem comedido nos detalhes dessas revelações para não se exaltar e ser visto como um “super-homem”. Paulo foi humilde. Apesar disso, as revelações são narradas como coisas grandiosas, que homem algum já teve contato.

O resultado dessa experiência de Paulo, além de tudo que viu e aprendeu, foi um espinho na carne colocado por Deus propositalmente para que Paulo não desse asas ao orgulho humano. De alguma forma esse espinho sempre lembraria Paulo de ser humilde diante de Deus e dos homens.

Porém, um espinho sempre será um incômodo em alguns momentos. Fato esse que levou Paulo a orar três vezes a Deus para tirá-lo Dele, e as três vezes Deus negou uma resposta positiva ao pedido com a explicação de que a Sua graça era o bastante (1 Coríntios 12.8-9). Isso significa que esse espinho, apesar de incomodar, não iria ser capaz de ser mais forte que a graça que capacitava Paulo a fazer a obra de Deus.

Há muitas especulações sobre o espinho na carne de Paulo. Alguns pensam que ele estava perdendo sua visão. Outros dizem que ele tinha uma dificuldade de falar, ou alguma forma de paralisia.

Uma das objeções mais correntes hoje contra o ministério da cura é "o espinho na carne" de Paulo. Uma idéia tradicional tem-se levado a outra idéia tradicional. Sem dúvida a doutrina promulgada em toda parte que Deus é o Autor da doença, e que Ele deseja que alguns de Seus filhos, mais devotos, permaneçam enfermos para 0 glorificarem, exibindo coragem e paciência, tem fortalecido a idéia de que Paulo padecia de uma enfermidade que Deus recusou curar. Não cremos que alguém, que tenha tempo para ler tudo que Deus diz sobre o assunto da cura, possa formar tal conclusão.

Admito, logo, que homens igualmente devotos, podem ter opiniões contrárias, não somente sobre este ponto, mas sobre todo o assunto da cura divina, É meramente uma questão de estudo e investigação. Muitos homens bons, que ensinam que a época de milagres já passou etc, ao lerem as Escrituras têm passado por cima do ensinamento da Bíblia sobre a cura, não crendo que tem aplicação para nós hoje. É com desejo sincero de ajudar todo coração honesto, que apresento o seguinte estudo acerca do "espinho na carne" de Paulo.

Muitos milhares de pessoas amadas têm padecido desnecessariamente anos de agonia na enfermidade, crendo que agradavam a Deus, que levou Paulo (segundo eles), a sofrer alguma forma de enfermidade. Para compreendermos bem esse caso, consideremos o que a Bíblia diz acerca desse "espinho na carne." 1) Que foi esse "espinho?" 2) Que ia fazer? 3) Por que foi dado a Paulo?

PRIMEIRO: A expressão "espinho na carne" não se encontra nem no Velho Testamento nem no Novo, a não ser como ilustração. A figura de "espinho na carne" não se emprega nem sequer uma vez na Bíblia como uma figura de enfermidade. Todas as vezes, essa expressão, na Bíblia declara exatamente o que era o "espinho na carne". Em Números 33.55, a expressão "espinho na carne" ilustrava os habitantes de Canaã. Em Josué 23.13, refere-se às nações pagas de Canaã, aos cananeus. Nestes dois casos a Bíblia afirma clara e exatamente o que eram esses "espinhos na carne," eram personalidades. Paulo declara, com a mesma clareza, que seu "espinho" era "um mensageiro de Satanás;" ou conforme outros tradutores, "o anjo do diabo." Novamente, a ilustração "espinho na carne" era uma personalidade, "um mensageiro de Satanás." Essa palavra "mensageiro" é traduzida da palavra grega, "angelos," que se encontra 188 vezes na Bíblia, e é traduzida "anjo" 181 vezes, e 7 vezes "mensageiro." Em todas as 188 vezes na Bíblia inteira, é uma pessoa e não uma coisa, sem uma exceção sequer. O inferno foi preparado para "o diabo e seus anjos" (Mat. 25.41), (ou "mensageiros"); e "o espinho na carne" de Paulo era um desses "mensageiros" do diabo, Paulo o diz.

Pregadores e mestres têm imaginado "o espinho na carne de Paulo", tudo, desde uma doença oriental — "oftalmia" — até uma esposa não convertida. Parece-me tão improvável que tais idéias, tão gerais e diversas, passassem de uma pessoa a outra, quando Paulo declara tão clara e definitivamente que era seu "espinho na carne" — "um mensageiro de Satanás."

SEGUNDO:
Paulo não apenas nos diz o que era seu "espinho," "um mensageiro de Satanás," mas nos diz, também, o que esse "mensageiro" ou "anjo de Satanás" veio para fazer: "para me esbofetear." A palavra "esbofetear" significa "dar bofetada após bofetada," como quando as ondas esbofeteiam um navio, e como quando "esbofeteavam" Cristo. Vede como se usa essa palavra em Mat. 26.67; Mar. 14.65; I Cor. 4.11; I Ped. 2.20. A mesma palavra usada em II Cor. 12.7, descrevendo o suplício de Paulo, preso a este "mensageiro de Satanás," deve concordar com o mesmo sentido da palavra em todas as outras Escrituras. Não se refere à enfermidade nem à doença em nenhum desses casos. Esse "mensageiro" ou "anjo" de Satanás foi enviado para "ESBOFETEAR" Paulo continuamente, para dar "bofetada após bofetada" neste fiel homem de Deus. A enfermidade não "esbofeteia" uma pessoa. Mas a obra de um "anjo do diabo" em fustigar, certamente cabe nesta descrição. O seguinte catálogo dos sofrimentos de Paulo (bofetadas do mensageiro de Satanás, sempre presente) durante seu ministério, será suficiente, certamente, para dar conta das bofetadas dadas a Paulo durante a sua vida, sem acrescentar enfermidade à lista, uma coisa que nem Paulo e nem as Escrituras mencionam.

Imediatamente após a conversão de Paulo, Deus enviou Ananias a Paulo para informá-lo que ele ia mostrar-lhe quanto devia padecer por Seu Nome, Atos 9.16. Isso se cumpriu nos seguintes acontecimentos:

1) Os judeus, logo após a sua conversão, tomaram conselho entre si para o matar. Atos 9.23.

2) Impedido de ajuntar-se aos discípulos. Atos 9.26-29.

3) Resistido por Satanás, Atos 13.6-13.

4) Resistido pelos judeus amotinados, Atos 13.44-49.

5) Expulso de Antioquia da Pisídia, Atos 13.14, 50-52.

6) Atacado pela multidão e expulso de Icônio, Atos 14.1-5.

7) Fugiu a Listra e Derbe, apedrejado e deixado como morto. Atos 14.6-19.

8) Disputava continuamente com irmãos falsos, Atos 19.8.

9) Açoitado e lançado em prisão em Filipos, Atos 16.12-40.

10) Atacado pelas multidões e expulso de Tessalônica, Atos 17.1-10.

11) Atacado pelas multidões e expulso de Beréia, Atos 17.10-14.

12) Atacado pela multidão em Corinto, Atos 18.1-23.

13) Atacado pela multidão em Éfeso, Atos 19.23-41.

14) Conspiração dos judeus para o matar, Atos 20.3.

15) Preso pelos judeus, atacado pelas multidões, julgado cinco vezes.

E muitos outros padecimentos.Além do opróbio, necessidades, perseguições e aflições mencionados em II Coríntios 12, no capítulo 6 da mesma epístola, ele menciona açoites, prisões, tumultos, desonra, infâmia, "como morrendo, e eis que vivemos," "como castigados, e não mortos." E no capítulo onze ele menciona "açoi¬tes, mais que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em frio e nudez." "Injuriado . perseguido . blasfemado,. chegando a ser como lixo deste mundo . como a escória de todos," etc, etc.

Quem, a não ser o anjo de Satanás pode ser responsável por todos esses sofrimentos? Vê-se que Paulo, ao enumerá-los, menciona quase tudo em que se pode pensar, menos em enfermidade, como doença dos olhos. A coisa que ele não menciona, a tradição pega e diz que era seu "espinho." Por que os pregadores e mestres substituem "doença dos olhos" ou "enfermidade," o que Paulo NÃO menciona, pelas bofeta¬das que Paulo menciona?
Certamente o "espinho" de Paulo não podia ser a vista deficiente, porque os seus olhos foram CURADOS DE CEGUEIRA, Atos 9.18.

Notamos, agora, dois pontos claros, sem nos desviarmos em coisa alguma do que Paulo realmente disse acerca desse "espinho"; isto é: 1) 0 QUE ERA 0 ESPINHO DE PAULO? Resposta: "Um mensageiro (anjo) de Satanás."!) O QUE IA FAZER ESSE MENSAGEIRO? Resposta: "Para me esbofetear (dar bofetada após bofetada)."
Tenho ouvido pregador após pregador e mestre após mes¬tres, dar sua idéia ou dar sua opinião, ou o que parece, ou o que dr. Fulano disse acerca do "espinho na carne" de Paulo. Invariavelmente confortam os enfermos com a mensagem que Paulo era doente e orou três vezes para ser curado, e Deus não achava bom curá-lo, mas antes disse a Paulo que Sua graça lhe bastava, portanto, devemos como Paulo — suportar nosso "espinho de enfermidade," fiel e pacientemente, para a glória de Deus. A Bíblia não diz coisa alguma acerca de Paulo estar enfermo, de ele orar para ser curado, nem que Deus o obrigou a permanecer enfermo.

Em vez dessas coisas que a Bíblia NÂO diz, é isso que a Bíblia realmente diz: "E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne (não uma doença mas), a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de me não exaltar. Acerca do qual (mensageiro de Satanás) três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim (Paulo não diz que orou três vezes para ser curado). E (Deus) disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." (Deus não diz: "Não, Paulo, quero que fiques enfermo.")

TERCEIRO: Ora queremos considerar a terceira per¬gunta, cuja resposta é tão clara como as duas primeiras. POR QUE O MENSAGEIRO DE SATANÁS FOI ENVIADO PARA ESBOFETEAR A PAULO? Resposta: Para que ele se "não exaltasse pelas excelências (abundância) das revelações." É por causa da excelência (ou abundância) das revela¬ções que os enfermos hoje em dia devem ser ensinados a considerar sua enfermidade como um "espinho," que deve permanecer para que não se engrandeçam demais? Creio que a razão do "espinho" de Paulo certamente exclui quase todas as demais pessoas. Ao menos, não temos o direito bíblico de declarar que nossa enfermidade seja um "espinho" como o de Paulo se não recebemos, também, como ele, tão grande abundância de revelações que precisamos de algo para não nos ensoberbecermos. Se dissermos que temos um "espinho," então temos de concordar com o resto das Escrituras acerca do "espinho" de Paulo; Paulo gloriava-se em todas as bofeta¬das que sofria às mãos do mensageiro de Satanás. Mas se as bofetadas eram "enfermidade," e se sofremos "enfermidade" como dizem que sofreu, por que não nos gloriamos em nossa enfermidade em vez de tentar ficarmos livres dela? Se nos gloriamos em nosso "espinho," não devemos ir ao melhor cirurgião para remover o "espinho."

Consideremos as Escrituras que se citam para provar que o "espinho" de Paulo era uma espécie de enfermidade, usando dr. James Strong\'s Exhaustive Concordance como guia.
a) "De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraque¬zas," II Cor. 12.9.
"Pelo que sinto prazer nas fraquezas," II Cor. 12.10.
"Vós sabeis que primeiro vos anunciei o Evangelho estando em fraqueza da carne," Gál. 4.13.
"Estava convosco em fraqueza," I Cor. 2.3.
"A presença do corpo é fraca," II Cor. 10.10.
"A minha graça te basta, porque o meu poder se aper¬feiçoa na fraqueza," II Cor. 12.9.
Essa palavra "fraqueza" é traduzida da mesma palavra grega que Paulo usa em Romanos 8.26, quando diz: "Da mesma maneira também, o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós." Ê também a mesma palavra usada em Heb. 11.34 quando fala dos profetas que "da fraqueza tiraram forças." E se encontra em II Cor. 13.4 para exprimir a maneira como foi Cristo crucificado: "Porque, ainda foi crucificado por fraqueza, vive contudo pelo poder de Deus.
A palavra "fraco" ou "fraqueza," usada nessas Escrituras, é a mesma palavra usada em II Cor. 12.10 quando Paulo disse: "Porque quando estou fraco estou forte. Se a palavra "fraco" queria dizer enfermo, então a palavra "forte" queria dizer logicamente, que estava bom de saúde.
Essas palavras traduzidas "fraqueza" ou "fraco," acerca da vida de Paulo, nunca foram usadas para dar idéia de enfermidade ou alguma doença dos olhos.
Observemos o uso da palavra "fraqueza," que é traduzida da mesma palavra e raiz citada acima, como usada nas seguintes Escrituras. Substituamos cada vez a palavra "enfermi¬dade" ou "doença," e veremos que não dá certo. Rom. 4.19; 8.3; 14.2,21; I Cor. 8.9; 9.22; 15.43; II Cor. 13.4; Heb. 5.2; 7.28. Em várias dessas Escrituras, a palavra "fraqueza" se contrasta com "poder" ou "força," sem qualquer idéia de fraqueza resultante de doença.
Quando Paulo fala da sua fraqueza diante da Igreja, ex¬prime a sua insignificância no seu próprio poder, confiando inteiramente no Espírito e no poder de Deus, para que a fé dos corintos não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus, I or. 2.5.
b) "Não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne," Gál. 4.14.
A palavra "tentação" (que é interpretada para significar uma espécie de doença) é traduzida da mesma palavra grega usada para exprimir o desafio de Satanás a Cristo no deserto: "Acabando o diabo toda a tentação" (Lucas 4.13), e usada por Jesus quando disse: "Orai, para que não entreis em tentação" (Lucas 22.40). Nem uma e nem outra dessas palavras tem qualquer referência à enfermidade ou a doença de qualquer espécie.
c) "Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão," Gál. 6.11.
Ensina-se que Paulo era quase cego, a ponto de precisar escrever letras grandes, mas consideremos os seguintes fatos:
Primeiro: A palavra "letra" que Paulo empregou, é traduzida da mesma palavra grega usada em 11 Cor. 3.6. "A letra mata, e o Espírito vivifica." Isso certamente não se refere a uma letra do alfabeto.
Segundo: A palavra "grandes", usada no português em Gál. 6.11, é traduzido de uma palavra grega que significa uma forma quantitativa, QUANTO (segundo dr. James Strong). E mais, essa palavra "grande" traduzida do grego, NÂO é a mesma que se usa para exprimir TAMANHO em Lucas 22.12 ao falar de "um grande cenáculo;" a palavra "grande" em Lucas é traduzida da palavra grega "megas," que significa simplesmente grande em tamanho. Mas a carta de Paulo (Gál. 6-11) era grande em quantidade. Uma letra do alfabeto pode ser grande em TAMANHO, mas não em QUANTIDADE.
Terceiro: Sem dúvida, Paulo fala de sua epístola ser grande (em quantidade) simplesmente porque não era seu costume escrever com sua própria mão.
"Vede que carta vos escrevi de minha própria mão," Gál. 6.11 (Vers. Fig.).
d) "Porque vos dou testemunho de que, se possível fora, arrancarfeis os vossos olhos, e mos daríeis," Gál. 4.15.
Muitos crentes acham que esta Escritura é mais uma prova que os olhos de Paulo eram tão doentes, talvez com a doença do oriente, "oftalmia," que o povo estava pronto a lhe dar os próprios olhos para substituírem seus olhos doentes. Mas parece-me somente presunção basear uma SUPOSIÇÃO, que Paulo tinha uma doença dos olhos, sobre tal Escritura. Não há dúvida alguma que a expressão dos gálatas era simplesmente uma expressão de carinho e amor para com o ministério fiel de Paulo.
Na reunião de despedida, quando encerramos as treze se¬manas gloriosas da campanha em Kingston, Jamaica, durante a qual mais de cem surdos-mudos,e mais de noventa pessoas inteiramente.cegas foram curadas, um dos amados pastores, jamaicanos, nas suas palavras de despedida, nos disse: "Irmão Osborn, nosso povo o ama. Estão louvando a Deus por sua vinda aqui, e querem que saiba que cortariam o braço direito e o dariam a você, se fosse possível." Essa expressão de devoção, certamente, não era prova de que eu tivesse um câncer no meu braço direito.
Depois de examinar as Escrituras principais, que muitas pessoas consideram como prova de que Paulo era dorr.te, ou que sofria de uma doença dos olhos, vemos que precisamos somente de alguns minutos de estudo para descobrir que essas Escrituras não provam o que se ensina tradicionalmente acerca delas.
A doença alegada de Paulo contradiria tão grande parte da verdade bíblica. Consideremos o capítulo seguinte:


Fatos para meditar sobre o espinho na carne de Paulo.

1. Desde que a cura é uma parte integrante do Evangelho, como podia Paulo gozar da "plenitude da bênção do Evangelho" (Rom. 15.29), como o fazia, e permanecer doente? Não é apura uma parte da bênção do Evangelho?

2. Se Paulo era doente, como podia o povo, a quem pregou em Éfeso, receber fé para tais "maravilhas extraordinárias," de curas? Atos 19.11,12.

3. Se Paulo era doente, como podia, ao pregar o pri¬meiro sermão em Listra, criar tal fé no coração de um pagão "coxo desde o ventre de sua mãe (Atos 14.8) a tal ponto que o homem foi curado instantânea e milagrosamente? Se Paulo fosse doente, esse pagão creria no primeiro sermão que Paulo pregou, e receberia fé suficiente para ser curado, quando hoje muitos dos educados recusam crer, apesar dos muitos sermões que pregamos, com corpos sãos e fortes? Os críticos perguntam-me repetidamente: "Se o senhor estivesse doente, então que aconteceria à sua mensagem?" Contudo, crêem que Paulo, enfermo, fraco e quase cego, podia criar fé suficiente em um pagão, por meio de um sermão, para produzir um milagre de cura.

4. Se Paulo era enfermo ou doente, como foi que conseguiu ver a "obediência dos gentios, por palavra e por obras, pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus" (Rom. 15.18,19), quando o pregador atual, doente e
declarando que tem "um espinho na carne" como Paulo, geralmente fica incapacitado, acamado, e raramente ou nunca opera sinais, prodígios e milagres?

5. Se Paulo era enfermo", ou doente, como foi que quando pregava na Ilha de Malta, o pai de Públio, e "os demais que na ilha tinham enfermidades,vieram ter com ele, e sararam? " Atos 28.8,9.

6. Se "o espinho" de Paulo não impedia a fé do povo p ara ser curado de doenças do físico, em Éfeso, Malta, Listra, e em quase todos os demais lugares onde Paulo pregava, porque o devemos usar atualmente para impedir a fé para ser curado no físico?

7. No tempo da Bíblia "a fé veio pelo ouvir A PALAVRA DE DEUS," enquanto atualmente, "a fé desaparece pelo ouvir a palavra do pregador, pois o pregador declara que Paulo era doente, e Deus não o queria ouvir apesar de ele orar três vezes, e portanto, é possível que não seja a vontade de Deus nos curar. Tais argumentos nos levam a abandonar todas as promessas definidas de Deus para curar TODOS que pedem; promessas que são baseadas na PALAVRA DE DEUS e nos são dadas para produzir fé.

Tais argumentos nos obrigam, cada vez, a procurar revelações especiais do Espírito de Deus para determinar se é, ou não, a vontade de Deus nos curar. Se fosse assim, essa fé NÃO VIRIA pela Palavra de Deus somente, como Paulo ensina, mas essa fé viria por oração, rogando até recebermos uma revelação especial de ser a vontade de Deus. Como isso é ilógico! Não é estranho que aqueles que pregam que Paulo era doente, em vez de orarem e pedirem a Deus que os curem (como afirmam que Paulo fez), recorrem ao médico (que eles crêem serem mais habilitados para libertá-los do "espinho" de enfermidade, se Deus quer, ou se não quer, que seja retirado)? Não é estranho que prega¬dores que pregam que o "espinho" de Paulo era uma enfermidade, recomendem que seu povo se submeta a operações e tratamentos médicos para ser restaurado, em vez de orar a Deus pedindo que revele se é Sua vontade ou não, como ensina que Deus revelou a Paulo? Para serem consistentes, devem recomendar que seu povo "se glorie" nas suas enfermidades, como ensinam que Paulo fez, em vez de se esforçar para ficar livre do "espinho."

8. É claro que Paulo não ficou incapacitado, por seu "espinho na carne," de desempenhar seu ministério, porque podia testificar: "Trabalhei muito mais do que todos eles," I Cor. 15.10, Não é razoável dizer que um homem enfermo podia trabalhar "muito mais do que todos" os demais prega-dores de boa saúde. Isto não é, certamente, a. verdade hoje. O pregador que diz que sua enfermidade é o "espinho na carne de Paulo" geralmente fica incapacitado, seu auxiliar desempenha uma grande parte de seu ministério, enquanto ele mesmo passa uma grande parte do tempo em repouso para recuperar a saúde. Paulo, que por certo cumpria o que pre¬gou, ensina-nos a ficar "preparados para toda a boa obra" (II Tim. 2.21); a"ficarmos "plenamente preparados para toda a boa obra" (II Tim. 3.17); "zelosos de boas obras" (Tit. 2.14); "preparados para toda a boa obra" (Tit. 3.1); que "aperfeiçoe em toda a boa obra para fazerdes a Sua vontade" (Heb. 13.21); e que "abundeis em toda a boa obra," II Cor. 9.8. É clara que uma pessoa enferma não pode fazer todas essas coisas.

9. Se a declaração — "A Minha graça te basta" — quisesse dizer que Deus estava informando a Paulo que devia permanecer enfermo, como muitos ensinam atualmente, seria o único caso em toda a Bíblia de Deus querer uma pessoa doente, para lhe dar "graça" pela enfermidade. Em parte ne¬nhuma das Escrituras se ensina que Deus dá "graça" ao corpo físico. A própria palavra "graça" mostra que é o "homem interior" que precisa de auxílio, pois a graça de Deus é trans¬mitida somente ao "homem interior," que Paulo diz, neste caso, renova-se de dia em dia." A GRAÇA de Deus é para o "homem espiritual," mas a "VIDA de Jesus se manifesta em nossa carne mortal," 11 Cor. 4.11.

10. O "espinho" de Paulo não impediu que ele acabasse sua carreira, mas muitos, ensinando que esse "espinho" era uma enfermidade, e, crendo que suas enfermidades são como o "espinho" de Paulo, ficam "aposentados" no meio da sua vida e de seu ministério.

11. O ministério de Pauto abundava constantemente em milagres, cura:», sinais, e maravilhas em todo o lugar onde ministrava. Como é estranho que tantos pregadores nos ensi¬nem que o "espinho" de Paulo era logo o que Paulo não disse que era, e então empregam seu argumento, ou suposição, CONTRA O PRÓPRIO MINISTÉRIO EM QUE PAULO ABUNDAVA — milagres e curas.

12. A pregação de Paulo sempre produziu FÉ, entre os ouvintes PARA SEREM CURADOS, e milagres de curas eram comuns em todo seu ministério. Mas os pregadores que pregam que Paulo sofria de uma enfermidade, que Deus não queria curar, quase nunca produzem fé para a cura dos enfermos, como se vê pelo fato que MILAGRES ESTÃO QUASE, SENÃO INTEIRAMENTE, AUSENTES DE SUAS IGREJAS. Muitos nos dizem mesmo que já se passaram os tempos dos milagres.

13. Paulo disse: "Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar," Atos 20.20. Aqueles que deixam de pregar as bênçãos e as provisões da cura, certamente retêm uma bênção que é muito útil aos enfermos.

14. Paulo disse: "Tenho pregado o Evangelho de Jesus Cristo. . para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus," Rom. 15.18,19. Desde que a cura é definitiva¬mente uma parte do Evangelho, aqueles que não a pregam não pregam todo o Evangelho, como Paulo o fez. E aqueles que não pregam a parte do Evangelho que trata da cura, não pregam para obediência pelo poder dos sinais e prodígios. Ao mesmo passo, aqueles que pregam, também, a parte que trata da cura, levam muitos milhares para a obediência, por meio de sinais e prodígios, MESMO COMO PAULO O FEZ.

15. Não é estranho que muitos pregadores, quando querem pregar sobre a cura, escolhem o texto sobre "o espinho de Paulo;" em vez de ensinar que "o espinho" era um "mensageiro de Satanás," ensinam que era uma "enfermidade, olhos doentes," etc. Apesar de Paulo dizer que foi "para o esbofetear," dizem que foi para o manter doente.
Apesar de Paulo orar até Deus o informar acerca do "espinho" e lhe esclarecer a razão, eles recorrem ao hospital para retirar o "seu espinho." Apesar de Paulo dizer que lhe foi dado por causa das excelências das revelações, estes pregadores, sem qualquer revelação, não mostram qualquer desejo de saber porque têm "seu espinho," enquanto o médico o pode retirar com êxito. Apesar de Paulo pregar com sinais, milagres e maravilhas, ganhando multidões para Cristo, eles não têm sinais, maravilhas, nem milagres, e ganham muito poucos para Cristo.
Não obstante Paulo pregar todo o Evangelho de Cristo, provando que a fé vem pelo ouvir A PALAVRA DE DEUS, estes pregadores pregam somente uma parte do Evangelho, evitando a parte da PALAVRA DE DEUS, escrita para produzir fé para ser curado. Desde que a fé é crer que Deus vai fazer o que prometeu fazer, ou desde que a fé é esperar que Deus vai cumprir a Sua promessa, como podem os doentes receber fé para serem curados, quando o pregador evita a parte da Palavra de Deus que trata das promessas de Deus para curar? Se o povo nunca ouve falar nas promessas de Deus para curar, nunca pode receber fé para Deus cumprir Sua promessa e o curar.
Não é estranho, eu repito, como um pregador pode pôr de lado toda a Bíblia, quando trata do assunto da cura, desprezando o seguinte?
a) O nome redentor da aliança de Deus: "Jeová-Rafa." (O senhor que te sara).
b) A aliança de Deus sobre a cura.
c) O ensinamento e as promessas da cura no Velho Testamento.
d) O exemplo da cura através da história do Velho Testamento.
e) As palavras, o ensinamento, os mandamentos, as promessas, e as curas do ministério de Cristo, pelos quais Ele revelou a vontade de Deus acerca de nossos corpos.
f) Os dons de cura, fé, e milagres colocados na Igreja pelo Espírito.
g) A ordenança da Igreja de ungir com óleo "alguém" que esteja doente.
h) O fato de Cristo levar por nós, tanto NOSSAS enfermidades como nossos pecados.
i) O fato de Cristo, quando aqui na terra, curar "todos os que o tocavam," junto com o fato que "Jesus Cristo é o mesmo . hoje."
j) O fato que muitos milhares de pessoas têm sido curadas pelo Poder de Deus desde os dias dos apóstolos, e que muitos milhares mais estão sendo curados de toda a sorte de doenças incuráveis, em quase todos os países do mundo, mesmo na época em que vivemos.

Repito, não é estranho, que alguns pregadores ponham de lado tudo isso e, quando pregam sobre a cura, escolham como texto a escritura acerca do "espinho" de Paulo, que os eruditos confessam que não podem provar ter qualquer referência nem a enfermidade nem a cura?

Fonte: T. L. Osborne\
Esboçando Ideias - Via: Variedades Gospel Veras

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