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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Transexual Crucificada Na Parada Gay Se Recusa a Pedir Perdão: "Não Peço Perdão"

Viviany Beleboni não imaginava que a repercussão da sua participação na 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), em São Paulo, neste domingo, 7, seria tão grande e negativa. A modelo transexual desfilou em um dos 18 trio elétricos da Parada Gay "crucificada" como Jesus Cristo. Acima dela, uma placa pedia "Basta homofobia GLBT". Em pouco tempo, uma enxurrada de críticas chegou às redes sociais da modelo, inclusive ameaças de morte.

"Dizem que vão me matar, outros desejam que eu tenha câncer e que morra crucificada. Outros disseram que eu tinha que ter caído do trio e quebrado o pescoço", contou ela em conversa com o portal EGO na manhã desta quinta-feira, 11.

"Eu fico com medo, claro, já chorei muito. Mas também recebi apoio de muitas pessoas, como o padre Fábio de Melo, o Jean Wyllys e muitos católicos, que disseram que o preconceito precisa mudar e que Deus me ama igual. Isso me deixou feliz e mais tranquila. Nos primeiros dias era muito xingamento. Minha mensagem era de amor e transformaram em ódio. Eu não tenho medo de morrer. Se eu morrer, pelo menos vim para o mundo para passar uma mensagem de amor e igualdade. Foi por uma boa causa", disse ela, que na noite de quarta, 10, postou um vídeo no Instagram dizendo que tinha ressuscitado depois de três dias.

A modelo transexual disse que não quis representar Jesus Cristo e nem desrespeitar a fé de ninguém. "Eu já vi muita morte de trans e gays e quis representar essas pessoas. Jamais eu representaria Jesus Cristo, estava representando as dores e a luta LGBT, tinha uma placa enorme para deixar isso claro." Apesar disso, aponta uma incongruência na atitude de cristãos que a criticaram. "Os evangélicos disseram que eu representar Jesus Cristo é uma blasfêmia, mas no dia da Páscoa quando tem um ator representando Jesus Cristo eles acham bonito, né? É evidente que é porque eu sou trans que estou enfrentando esse preconceito."

Segura de suas convicções, a modelo transexual se recusa a pedir perdão a quem se ofendeu. "A minha intenção foi a melhor, fui de coração aberto pedir iguadade de direitos e o fim da homofobia. Só Deus sabe o que a gente passa sendo vítima de preconceito todos os dias. Não pedi perdão porque não fiz nada de errado."

A modelo transexual foi vítima de boatos de que estaria morta. "Fizeram um foto-montagem em que eu aparecia morta e começaram a espalhar por aí com uma legenda que dizia 'É isso que dá mexer com Deus'. É esse o Deus destas pessoas? Minha família e amigos me ligavam desesperados perguntando se eu estava morta mesmo", lamenta.

Por outro lado, a modelo transexual contou que muitas pessoas aprovaram sua performance . "Eu entendo que tenha sido chocante, a maquiagem estava bastante realista. Na Parada Gay muita gente me olhou com carinho e compreensão. As pessoas aplaudiram, aceitaram, não teve deboche, não me vaiaram. Fiquei cinco horas na cruz, estou até manchada de sol. Eu não fui para brincar, não dancei. Eu representei a dor das pessoas que estão morrendo por causa da homofobia."

Ela também rebate as acusações de que teria feito a performance em busca de fama: "Eu trabalho como modelo em eventos, revistas e feiras. Me formei como atriz há um ano, mas é difícil conseguir trabalhos. As pessoas que me conhecem sabem que nego trabalhos na TV porque o transexual é sempre motivo de chacota, é sempre para rir da nossa cara. Eu não preciso disso".

Fonte:EGO

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